Mestre Vitalino foi um grande artista que viveu em Caruaru/PE, ele usava o barro para contar suas histórias, modelando figuras de bichos e cenas do seu povoado. O espetáculo conta a história de uma boneca de barro feita por ele, que depois de muitos anos guardada, por encanto cria vida. Mas suas memórias estão sendo engolidas por um misterioso Teiú, um lagarto malvado. Para reencontrar seu Mestre e a si mesma, a boneca busca suas memórias, misturadas com as de Vitalino e suas histórias, e visita lugares imaginários, encontrando divertidos e encantados personagens como as cirandeiras, a banda de pífanos, os retirantes, a Maria Bonita. Nesses encontros entre brincadeiras e canções, a boneca vai descobrindo a história do seu povo e, como o barro, reconstrói a sua própria história.
Tendo o teatro de bonecos e formas animadas como base para toda dramaturgia e encenação, a criação do espetáculo aconteceu de forma totalmente artesanal, uma das marcas da Cia Tempo de Brincar, formada pela artista visual, atriz e multiartista Elaine Buzato, e pelo músico e compositor Valter Silva, que foram inspirados pela paixão pelo mestre Vitalino, sua obra e todo seu legado, brotada durante as pesquisas sobre a cerâmica, arte figurativa, e artesanato, que os artistas fazem há mais de 20 anos em viagens e encontros com artistas populares e mestres do Brasil.
As obras de Mestre Vitalino e os personagens retratados por ele criam vida no espetáculo, que traz belos bonecos que parecem ter sido feitos de barro e na cena contam a história e materializam o universo cultural da região do Alto do Moura, de Caruaru, de Pernambuco. A dramaturgia é uma costura de elementos: a própria história do Mestre Vitalino e toda a simbologia das cenas e personagens que ele retratou, o barro e a diversidade de narrativas dos mitos de criação a partir dele e temas atuais como o feminismo, a migração e o racismo, ancestralidade, com sutileza também aparecem. Os diálogos são inspirados na obra de Paulo Freire, e suas falas afetuosas sobre memória, esperança, justiça e igualdade social.
A cenografia tem como centro a casa de Mestre Vitalino, e carrega uma diversidade de técnicas e materiais, com montagens utilizando diversos tipos de rendas como as rendas de bilro, renda filé, crochê e bordados, materiais utilizados também nos belíssimos figurinos e adereços. Esses elementos que se configuram se movimentam durante o espetáculo e aliados à iluminação, trazem a delicadeza do fazer artesanal para as cenas, em camadas de tecituras e de afetos.
A trilha sonora original tem canções criadas para cada personagem e inclui referências a diversas manifestações artísticas e ritmos musicais de Pernambuco como os caboclinhos, o maracatu rural e a figura do caboclo de lança, as cirandas, e das bandas de pífanos.
Participações especiais: Quem dá voz ao Mestre Vitalino, narrando e cantando o tema do espetáculo é o músico pernambucano Silvério Pessoa, dando o tom regional à narrativa e imprimindo personalidade ao personagem. As gravações foram realizadas no estúdio Musak, em Recife, e contaram também com a participação das cantoras Isadora Melo e Gabi Carvalho, interpretando as vozes das bonecas de Vitalino.
O músico cearense Mestre DiFreitas criou os arranjos e gravou as rabecas e violoncelos, dando um tom armorial e a ambiência sertaneja para as canções. Além deles diversos músicos parceiros do grupo, participaram da gravação da caprichada trilha sonora, e o toque especial é da sobrinha Raquel, de 9 anos, que tem sua voz nas canções.
A canção tema do espetáculo foi lançada como single e está disponível nas plataformas digitais
“Vitalino, teu nome no barro” é uma homenagem aos mestres que criam e vivem do que colhem do chão, é um convite para abrirmos os sentidos para as delicadezas das coisas pequenas, do que é singelo e simples, mas que se agiganta através da poesia.
FICHA TÉCNICA Dramaturgia e direção de arte: Elaine Buzato Direção de encenação e preparação corporal: Dani Silva Direção musical e composição de trilha sonora: Valter Silva Iluminação: Ana Matiê Cenografia e bonecos: Elaine Buzato Figurinos: Felipe Cruz, Elaine Buzato Fotografias: Ricardo Camargo, Pedro Negrão Preparo vocal: Danielle Domingos Arranjos: DiFreitas Trilha sonora gravada: Valter Silva: violão, viola caipira; Jefferson Goiaba: sax e flautas, Fulvio Moraes: percussão; Diego Garbin: trompete; DiFreitas: cello e rabeca; Luiz Antony: violoncello e violino Vozes em off: Silvério Pessoa, Isadora Melo, Gabriela Carvalho, Raquel Buzato Moris, Valter Silva Costureiras: Nina de Fátima, Maria Brandina, Joyce Sampaio Assistente de ateliê: Mariana Buzato, Marcelo Simões Boneco boi de barro: Cristiano Vitalino Sandália: Mestre Expedito Seleiro Consultoria de pesquisa fonográfica: Alfredo Bello Design: Larissa Lira Making Off: Andressa Karoline Assessoria de comunicação: Helena Gozzano
Teaser do espetáculo
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documentário sobre o processo de criação do espetáculo
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Imagens divulgação
Cenas do espetáculo
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Material de apoio pedagógico - livrinho para impressão